Por que repetimos os mesmos erros?
O que somos nós senão os retornos em ato de um passado afetivamente intenso e por vezes conturbado?
Sabemos que o inconsciente é essa força estranha que nos movimenta em torno da vida. Como Freud já nos disse, não há nada que escape ao inconsciente: todas as nossas escolhas são impelidas por essa força motriz. Dito isso, você pode se perguntar por que seu inconsciente insiste em te impulsionar para os mesmos erros, para as mesmas escolhas dolorosas da sua vida.
Pois bem, seria ótimo se apenas fossemos impelidos pra algo “bom”, mas o inconsciente nos impele a reproduzir as mesmas afeições amorosas da mais tenra infância e também o mesmo tipo de dor que sofremos.
Nossa vida pulsa no ritmo da repetição que o inconsciente estimula.
— Nasio
Então se pensarmos em um sujeito que frequentemente entra em relacionamentos abusivos, que frequentemente escolhe parceiros amorosos agressivos, que compulsivamente trai e mente sem entender porquê, bom, vemos aí alguma verdade daquele sujeito. É no sintoma que conhecemos a verdade do sujeito, que o individualiza e o significa tal como ele é no mais fundo de si mesmo. Por isso mesmo é comum ouvirmos psicanalistas que dizem não querer curar o sintoma: aquilo foi o que aquele sujeito conseguiu fazer com o que o aconteceu. O sintoma é importante de ser ouvido, compreendido, investigado. Talvez suma (e com frequência some), mas não antes de nos ensinar a quê ele estava servindo.
Bom, podemos pegar uma definição breve de repetição:
A repetição é repetição do Mesmo, da mesma coisa que reaparece, mas jamais idêntica a si mesma. Pode parecer confuso, mas pense no exemplo da