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Escolhemos quem revive nossas feridas: quando o amor deixa de ser laço
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Escolhemos quem revive nossas feridas: quando o amor deixa de ser laço

amar é invariavelmente amar pela segunda vez

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jun 08, 2025
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Papo de analista é um quadro mensal em que uma psicanalista convidada relata sua experiência, compartilha seus conhecimentos e nos ajuda a expandir saberes.

No amor, buscamos um parceiro possível, com quem podemos habitar o desacordo sem perder o laço.
— Fernanda Soibelman

A premissa de que tudo se inicia no vínculo com nossas primeiras relações de amor (parentais) e se perpetra nas nossas relações interpessoais na atualidade consegue nos orientar acerca de como nos relacionamos, como buscamos amor e qual tipo de amor buscamos.

Bom, pra falar da nossa relação com o outro, quem estuda psicanálise sabe que primeiro temos que entender como tudo começou. No início da vida, quando recém-nascidos — ao contrário dos animais — somos irremediavelmente inaptos para as atividades necessárias para a preservação da nossa vida. Sem o outro, morreríamos. Em nível orgânico, nem sequer chegaríamos até a idade adulta se não existisse alguém que nomeasse para nós nossas necessidades, que nos traduzisse para o mundo de forma que o choro se tornasse algo mais que simples choro. Agora esse choro é fome, sede, cólica ou sono. Para Winiccott (1969/1990), esse momento seria o de dependência absoluta, onde a mãe precisa estar inteiramente dedicada a esse bebê. Essa mãe entraria, então, em um estado que ele chama de preocupação materna primária e é essencial para esse primeiro momento da nossa vida.

Vivemos porque temos os outros e os outros nos têm

A nível psíquico o outro é ainda mais importantemente convocado, pois é através do outro que nos constituímos sujeitos. Lacan, com sua teoria do estádio do espelho, nos diz que constituímos nosso Eu a partir de uma imagem refletida, que é nomeada por esse outro que nos cuida, que nos diz que esse corpo é nosso, que nomeia nossas pequenas partes, para que consigamos chegar ao entendimento de que aquela imagem refletida é apenas uma imagem, e que nós somos seres inteiros. Antes disso, o bebê e tudo a sua volta é uma grande coisa única, sem diferenciação entre bebê-mãe, bebê-seio, bebê-fralda.

Além desse Outro tão importante que nos nomeia (esse Grande Outro) também precisamos dos pequenos outros que nos rodeiam, ou seja, existimos porque também convivemos em sociedade com outras crianças, porque pudemos nos identificar ou nos diferenciar delas. Vivemos também porque temos os outros e os outros nos tem. E essa é uma experiência de amor.

Existimos hoje porque fomos amados por alguém que ousou nos cuidar e nos inserir na sociedade

Em contrapartida, após nossos primeiros meses de dependência absoluta, Winnicott nos diz que precisa acontecer algo na relação mãe-bebê que seria de extrema importância para nossa constituição psíquica e futura independência. Nossa mãe precisa ser suficientemente boa.

Ser uma mãe suficientemente boa significa saber os momentos em que irá ajudar e os momentos em que irá observar, dando a distância necessária para que o bebê se desenvolva nas suas habilidades, ao mesmo tempo em que dá segurança para que a criança saiba que pode recorrer a ela quando necessário. Nos sentimos seguros quando sabemos que podemos explorar o mundo e termos pra onde voltar.

Mas o que acontece com nosso psiquismo quando temos pais negligentes? Ou superprotetores? Ou quando há abandono?

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